compre um humano como um bem de consumo é algo que acontece há séculos em nosso planeta, e que teve um capítulo desastroso na história recente com o comércio transatlântico. No livro de E. Williams, “Capitalism and Slavery”, como o título sugere, ele correlaciona causa e efeito.
Agora, embora de forma diferente, as pessoas (bebês) também são compradas. Claro, tudo parece muito “mais civilizado”. Seres humanos são comprados, bebês a pedido, usando mulheres como incubadoras. Evidentemente, quem é utilizado como procriador são mulheres em situação de vulnerabilidade e/ou com necessidades econômicas, quando não pobres. Este não é um fato acidental, o capitalismo patriarcal e machista promoveu barrigas de aluguel; mais um obstáculo à emancipação das mulheres. Fato que é classificado como violência e que atenta contra a dignidade e os direitos humanos das mulheres. “The Handmaid’s Tale”, de Margaret Atwood, nos traz uma boa reflexão baseada na crítica social e no respeito aos direitos das mulheres.
Mas para além da literatura e das reflexões teóricas, a verdade é que depois da pandemia no mundo houve uma regressão nos níveis de desenvolvimento e os da pobreza aumentaram. Esta é uma terra fértil para exploração. Exploração de todos os tipos, trabalho, mas não só, também sexual, com prostituição e pornografia de mãos dadas com o tráfico de mulheres e meninas através da migração forçada. E exploração reprodutiva.
Os substitutos são uma maneira de comprar Bebês nascidos de mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica por casais ricos. Tem um óbvio viés de discriminação e um gradiente de poder enraizado no fator econômico. E eu digo não. Os corpos das mulheres e de seus filhos não podem ser comprados como mercadoria.
