A chamada para cargos de MIR é insuficiente para cobrir o déficit de internistas

Publicidade

A Sociedade Espanhola de Medicina Interna (SEMI) considera que o concurso MIR 2023 para Medicina Interna, publicado no Diário Oficial do Estado a 2 de setembro, não é suficiente para responder à necessidade de profissionais da especialidade ou para colmatar a falta de substituição geracional de internistas arguidos pelo Sistema Nacional de Saúde (SNS).

Publicidade

Nesta chamada, são oferecidas 413 vagas para a formação de especialistas em Medicina Interna em todo o país.

Apesar de essa oferta de vagas ser maior do que na chamada anterior (401 em 2022), “esse número de novos médicos que serão formados na especialidade seria insuficiente”, denuncia o SEMI.

De acordo com um dos últimos estudos disponíveis sobre a escassez de médicos elaborado em conjunto pela Confederação Estadual dos Sindicatos Médicos (CESM) e a Organização Colegiada Médica (OMC), em 2030 terão afastados cerca de 70.000 médicos do SNS, número superior aos cargos do MIR que são convocados anualmente, sem ter em conta outros tipos de licenças como deslocações ao estrangeiro ou dedicação ao exercício no setor privado.

Publicidade

No caso da Medicina Interna, o desafio da mudança geracional não é alheio à especialidade. Conforme indicado pelo Dr. Jesús Díez Manglano, presidente da SEMI, “Nesse ritmo, não conseguiremos atender às necessidades de profissionais que nossa especialidade terá no futuro imediato.”

“A formação de novos profissionais de saúde deve ser uma prioridade a todos os níveis para resolver o desafio da substituição geracional de especialistas e, em particular, de internistas no SNS”, acrescenta.

envelhecimento populacional

Além do desafio da mudança geracional, a sociedade atual é cada vez mais longeva, aumentando a frequência de idas aos hospitais por parte de pessoas idosas e que geralmente apresentam diversas patologias crônicas e comorbidades.

Publicidade

Neste sentido, importa destacar a visão multidisciplinar e integral do doente que define o trabalho do internista, fundamental na gestão de doentes crónicos, complexos e/ou multipatológicos.

Atualmente, os internistas desenvolvem a sua atividade em novas áreas assistenciais como a Internação Domiciliar, Unidades de Continuidade de Cuidados e Hospitais de Dia; bem como em Unidades de Curta Duração, Unidades de Cuidados Paliativos, Serviços de Urgência e Unidades de Doenças Infecciosas.

Além disso, cada vez mais hospitais contam com Unidades de Assistência Compartilhada para pacientes cirúrgicos, psiquiátricos e oncológicos coordenados por internistas. “Com o número de internistas atualmente em formação, será difícil continuar com esses benefícios no futuro próximo”, alerta o Dr. Díez Manglano.

Do SEMI, eles lembram o importante papel que os internistas desempenharam durante a pandemia: “Durante esse período, eles coordenaram e lideraram equipes multidisciplinares de COVID-19, cuidando de oito em cada 10 pacientes internados não críticos em hospitais espanhóis, de mãos dadas com outras especialidades e níveis de atenção”.

“As administrações públicas e as sociedades científicas devem trabalhar em conjunto para encontrar as ferramentas que dêem soluções aos desafios que se colocam no SNS. Para isso, é fundamental contar com a opinião de especialistas para conhecer suas demandas a fim de conseguir, entre todos nós, construir cada vez mais um SNS melhor tanto para os profissionais quanto para os pacientes”, finaliza o presidente da SEMI.

Você pode gostar...

Artigos populares...