Jejum intermitente, uma boa ferramenta contra a Covid-19?

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O jejum intermitente é uma prática que está cada vez mais na moda e na boca de todos, também no contexto da Covid-19. De fato, um estudo recente, publicado na revista “BMJ Nutrition, Prevention & Health”, confirmou que as pessoas que seguem essa restrição alimentar podem ter menos probabilidade de sofrer complicações após serem infectadas com SARS-CoV-2. Especificamente, pesquisadores do centro Intermountain Healthcare nos Estados Unidos confirmaram que reduzir o número de refeições por dia regularmente trazia menos risco de hospitalização ou morte como resultado da infecção.

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A explicação para essa hipótese, segundo os pesquisadores, baseia-se no fato de que “o jejum intermitente reduz a inflamação e melhora a saúde cardiovascular. Neste estudo, encontramos benefícios adicionais quando se trata de combater uma infecção por Covid-19 em pacientes que estão em jejum há décadas”, diz Benjamin Horne, investigador principal do estudo, que detalha que “A autofagia gerada pelo jejum, que ajuda a destruir e reciclar células danificadas e infectadas, pode ser um dos argumentos que sustentam o fato de que a gravidade da doença é reduzida.”

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Pela repercussão que causa, o jejum intermitente é um dos temas mais estudados no mundo científico. E as evidências não param de chegar, a ponto de essa prática “Foi a chave que encontrámos para mitigar e resolver a persistente covid através de vários processos: redução das cascatas inflamatórias; o aumento da capacidade antioxidante e a diminuição da peroxidação lipídica, retardando o processo inflamatório decorrente da covid ou a melhora da composição da microbiota, alterada após o processo infeccioso”, explica Younes Regraguichefe da equipe médica da Clínica Buchinger Wilhelmi.

No entanto, esta prática não alcança consenso absoluto, uma vez que Ana Zugastiporta-voz de comunicação e membro da Área de Nutrição da Sociedade Espanhola de Endocrinologia e Nutrição (SEEN), alerta que «este novo estudo observacional, em doentes selecionados de um estudo anterior e com patologia cardíaca, tem limitações, o que torna impossível garantir que os grupos comparados sejam realmente comparáveis». Nesse sentido, Zugasti insiste que “Em pacientes com covid, foi demonstrada a alta prevalência de desnutrição e afetação da massa muscular e a população afetada por esta infecção deve cobrir as necessidades calóricas e proteicas”.

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Dada a vontade de realizar o jejum intermitente, do SEEN ficam claros: «No caso de sujeitos sem doença, deve-se monitorar para que a restrição de horário não afete a qualidade nutricional da dieta, o que pode implicar déficits nutricionais. Uma avaliação prévia deve ser feita para descartar comorbidades metabólicas ou envolvimento orgânico, bem como avaliar os objetivos que estão definidos, o tempo que vai ser mantido e a distribuição de alimentos para manter uma dieta equilibrada”, aconselha Zugasti, que insiste que “o fundamental é manter um padrão alimentar saudável, além das horas de ingestão”.

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