O farmacêutico é, há anos, um dos profissionais mais valorizados entre os cidadãos, e suas ações contra a Covid-19 apenas reforçam essa percepção. É o que fica claro no inquérito, encomendado pelo Conselho Geral das Faculdades de Farmácia (Cgcof), segundo o qual 88% valorizam positivamente a colaboração da farmácia durante a pandemia. É mais, 75% consideram que tem sido um agente de saúde fundamental na deteção do covid e que ajudou a descongestionar os cuidados primários. Na mesma linha, a grande maioria dos espanhóis – 80% – procura mais serviços de saúde nas farmácias e nove em cada dez consideram que é necessária uma maior integração nos cuidados primários.
Estes são alguns dos conclusões do estudo “O papel da Farmácia no futuro”, elaborado pela consultora GAD3, apresentado pelo seu presidente, Narciso Michavila, e pelo do Conselho Geral das Faculdades Farmacêuticas, Jesús Aguilar, para quem este trabalho confirma, mais uma vez, “que a sociedade reconhece o trabalho fundamental que a profissão farmacêutica tem realizado durante a pandemia e, além , precisam de novos serviços que os farmacêuticos possam oferecer tirando partido da proximidade e acessibilidade das farmácias”.
Além disso, em relação aos serviços, lembrou que alguns deles “já estão a ser promovidos desde as comunidades autónomas, como dispensação colaborativa entre farmacêuticos hospitalares e comunitários de medicamentos hospitalares em farmácias comunidade, bem como aquelas relacionadas ao rastreamento e detecção precoce de doenças como vimos durante a pandemia.
Esta investigação permitiu saber quais os novos serviços que os cidadãos procuram nas farmácias e como valorizam a sua atuação na pandemia. Em termos de serviços, 85% dos inquiridos valorizam o facto de serem prestados de forma mais positiva ou muito positiva, de que são exemplo participação em programas de imunização, com 76% de avaliação positiva ou muito positiva; ou que o farmacêutico se torne referência em Saúde Coletiva, com 71%.
75% valorizam da mesma forma que os farmacêuticos assumem os serviços de atenção primária em áreas onde há congestionamento. Tudo isto aproveitando a proximidade e acessibilidade destes estabelecimentos de saúde aos quais 80% dos entrevistados afirmaram ter frequentado nos últimos 30 dias.
Seu trabalho também é muito bem recebido entre doentes polimedicados ou crónicos, 10% vão à boticária todas as semanas e 93% mensalmente (em comparação com 57% no resto dos pacientes). De fato, em média, a mais próxima fica a três minutos de casa e há duas ou mais farmácias em um raio de cinco minutos.
A dispensação colaborativa de medicamentos hospitalares em farmácias comunitárias é solicitada por 74% dos cidadãos; A mesma percentagem que reclama serviços na elaboração de sistemas de dosagem personalizados (SPD) em idosos crónicos e polimedicados, fundamentais para o controlo da adesão e seguimento dos tratamentos. Outros dados notáveis são que informações sobre medicamentos e tratamentos ou conselhos sobre autocuidado e sintomas menores são o motivo de 47% das consultas ou que 78% demandam serviços de aferição e orientação de parâmetros clínicos como peso, glicemia, colesterol, pressão arterial, etc. (Ver gráfico)
Por seu lado, Michavila destacou do estudo que o papel da farmácia tem um enorme valor social e a prestação dos seus serviços tem uma avaliação muito positiva: 85% dos inquiridos, de facto, valorizam positiva ou muito positivamente que mais serviços de saúde são fornecidos à população por eles: «O que temos verificado é que o sistema farmacêutico espanhol voltou a confirmar que é eficiente e confiável, e que Olhando para o futuro, o valor humano do farmacêutico continuará a ser decisivo.».