Fundação Idis denuncia discurso “demagógico e sectário” do Governo sobre saúde privada

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O Conselho de Ministros vai aprovar esta terça-feira a Lei da Equidade, Universalidade e Coesão cujo objectivo, como afirmou no passado sábado o Presidente do Governo, é “proteger a equidade, a coesão e a universalidade da saúde pública e, por isso, não ser privatizada por qualquer governo de direita em qualquer comunidade autônoma”.

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Diante dessas declarações, a Fundação IDIS enviou uma declaração na qual enfatizou que “a magnitude dos problemas existentes no sistema público de saúde, o que exigiria uma auditoria aprofundada, não pode ser visto respondido por um discurso cada vez mais politizado circunscrita a uma suposta privatização dos serviços de saúde que, por outro lado, não é real”.

A entidade salienta que “É urgente virar a página do discurso demagógico e sectário que não contribui e ver o setor privado como um aliado estratégico cada vez mais essenciais para atender as necessidades da população.

Após relembrar o papel que a saúde privada teve durante a pandemia, a entidade criticou a manutenção do mesmo discurso de antes da crise sanitária: “As declarações do presidente do Governo são o reflexo de uma classe política que vive de costas para a realidade e aos problemas do sistema de saúde: aumento desproporcional das listas de espera para diagnóstico e tratamento, falta de coesão entre comunidades autônomas, desigualdades no acesso a novas tecnologias ou medicamentos já aprovadosetc.”.

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Por isso, a Fundação IDIS considera que as manifestações anteriores à aprovação deste anteprojeto não condizem com a realidade de um Sistema Único de Saúde falido e ameaçado pela rigidez, falta de dotações e recursos e inadequação à realidade.

“É difícil entender – continua – que os problemas que afetam o sistema público de saúde ainda tentem ser vinculados a privatizações que não são privatizações, ignorando a gravidade da situação e gerando incerteza e confusão na população”.

E é que Estes problemas que o SNS tem hoje “estão a levar os doentes a recorrer aos cuidados de saúde privados em qualquer das suas modalidades de garantia e provisão para ter cuidados de saúde que de outra forma se tornam inacessíveis”, acrescentam.

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Além disso, a Fundação IDIS considera que “as autoridades políticas devem ouvir a população e atender às suas reivindicações, como aumentar o financiamento da Saúde e fortalecer o SNS.

Por último, a entidade recorda que “o artigo primeiro desta Lei estabelece a gestão pública directa como forma preferencial de prestação e gestão dos serviços de saúde e socio-sanitários, e regula o procedimento de gestão dos serviços públicos de saúde, não obstando à concertação de serviços com o setor privado, mas protocolando-o; uma abordagem que a Fundação IDIS considera respeitável”.

De qualquer forma, o setor privado da saúde é indiferente ao modelo escolhido pela autoridade política correspondente para a gestão dos serviços de saúde; o que ele sempre defendeu é que é administrado de forma eficiente e com critérios profissionais, lembram.

O texto também incorpora a necessidade de implementação de indicadores de resultados de saúde de acordo com as comunidades autônomas, outro aspecto notável que a Fundação IDIS considera fundamental para promover estratégias de melhoria de processos e liberdade de escolha para os pacientes.

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