Rumo a uma União Europeia da Saúde: Plano contra o cancro

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Na Espanha, aproximadamente 300.000 cânceres por anoe dentro da União Europeia (UE) esta doença representa atualmente um desafio de saúde de primeira linha.

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Sem dúvida, é necessário ter um plano europeu (Distrito Único Europeu de Saúde) para lutar eficazmente contra uma patologia que envolve a utilização de muitos recursos em técnicas de diagnóstico, terapêutica e investigação.

Por todas estas razões, existe agora um Plano Europeu, do qual a Espanha faz parte como a terceira maior economia da UE, que visa melhorar e salvar a vida de três milhões de pessoas com câncer até o ano de 2030.

O “Missão Câncer » Nasceu como uma das mais importantes realizações criadas no âmbito do Programa Europeu de Investigação Horizonte (2021-2027) para responder aos maiores desafios que se colocam à União. É dentro da linha de ação que a organização lançou para tornar realidade o Plano Europeu de Combate ao Cancro. Tem quatro áreas preferenciais: a primeira, prevenção; o segundo, o diagnóstico precoce, o terceiro, o tratamento e o quarto, a qualidade de vida dos pacientes. Propõe ainda objetivos transversais como a equidade de tratamento, a correção de desigualdades ou a adoção de medidas personalizadas.

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Na Europa existem 350 milhões de pessoas e isso torna mais do que justificado continuar a apostar na União Europeia da Saúde (Espaço Único Europeu da Saúde), em que a UE desempenha uma importantíssima missão de coordenação para o desenvolvimento de ações. Um exemplo é a “Missão do Câncer” e o Plano Europeu Contra o Câncer de Mama, que estão tendo resultados tão frutíferos.

É a evidência científica de que nessa questão complexa como o câncer, em geral, não há espaço para localismos. Mais do que nunca, é preciso apostar nessa mudança de paradigma obrigatória, como a aplicação de genômica e medicina personalizada e de precisão. É um dos desafios europeus levar a bom termo o Plano Europeu de Combate ao Cancro. Não é uma opção, é uma obrigação.

O Câmara Alta da Espanha (Senado) está trabalhando muito seriamente neste sentido e aprovou por unanimidade o Plano-Estratégia de Genômica do nosso país. O documento expõe de forma clara as principais propostas para enfrentar os desafios até 2023 de diversas sociedades científicas. É o caso da Fundação ECO (Fundação para a Excelência e Qualidade) e o seu documento «Câncer Agora», sobre a doença no nosso país. Seria muito importante que esta fosse uma das prioridades da presidência da União Europeia, que caberá à Espanha no segundo semestre deste ano.

A última pesquisa sociológica, especificamente a realizada pela consultoria de pesquisa e comunicação social GAD3, chama a atenção para o fato de que a saúde é uma das preocupações mais importantes dos espanhóis. Também mostra que câncer é a principal preocupação saúde da nossa sociedade. Esta pesquisa destaca que, na Espanha, são diagnosticados mais de 750 casos de câncer por dia e que no ano de 2020 cerca de 113.000 cidadãos morreram para esta patologia. Tudo isso demonstra claramente que é fundamental melhorar a informação a esse respeito e agir contra essa situação.

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Da mesma forma, o documento GAD3 revela que o gastos políticos com saúde no nosso país está abaixo da média europeia e convém melhorá-la. Afirma também que os cânceres mais conhecidos são os de mama e pulmão e, em terceiro lugar, o de cólon.

Para o 60% dos espanhóis o tratamento para combater o câncer não é equitativo. Em suma, acreditamos que o princípio constitucional de que existem 17 comunidades e duas cidades autónomas em Espanha nada tem a ver com o facto de existirem tantos sistemas de saúde diferentes.

A ideologia não resolve nenhum grande problema nessa área. O fato de ter havido cinco ministros da saúde em quatro anos de legislatura não é um bom precedente. A evidência científica deve ser a referência na hora de resolver as coisas. É preciso uma carteira de atendimento universal e, para isso, aprofundar o Pacto pela Saúde.

Antonio Alarcó Hernández é presidente da Cátedra de Telemedicina, Robótica e Telecirurgia da Universidade de La Laguna (ULL), senador e doutor em Ciência da Informação e Sociologia.

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