Como evolui a incidência do câncer de bexiga?
Nos últimos anos houve uma clara diminuição da incidência em homens, o que estaria relacionado com a redução do tabagismo nessa população. E é possível que nos próximos anos vejamos o efeito contrário nas mulheres. A melhor prevenção é parar de fumar, só com isso estima-se que evitaríamos 50% de todos os cânceres de bexiga.
Existem ferramentas de diagnóstico precoce?
Ao contrário de outros tumores, não existem métodos de triagem eficientes. Os testes de diagnóstico não mudaram nos últimos anos. A citologia urinária pode detectar células tumorais ou atípicas, mas é um exame insensível, com grande número de falsos negativos. Novas técnicas de biópsia líquida estão sendo investigadas que permitem resolver os problemas da citologia. Se houver suspeita clínica de câncer de bexiga, o teste principal continua sendo a cistoscopia. Se um tumor for confirmado, o próximo exame é a ressecção transuretral (RTU) do mesmo, que fornece informações sobre o tipo de câncer, seu grau (agressividade) e se é ou não um tumor invasivo. Em casos invasivos, é necessária a realização de tomografia computadorizada que inclua tórax e abdome antes de definir a estratégia terapêutica.
Existem diferentes tipos?
O termo câncer de bexiga abrange diferentes tumores. O mais frequente (85-90%) é o carcinoma urotelial ou transicional, mas existem outros como adenocarcinoma, carcinoma epidermoide e sarcoma, entre outros. A RTU nos dará essa informação, além do grau (baixo ou alto) e se há ou não invasão da camada muscular da bexiga. Assim, classificamos os tumores de bexiga como superficiais (não invasivos) e infiltrantes ou músculo-invasivos. É extremamente raro que um tumor superficial (representando 75% de todos) se espalhe para fora da bexiga com metástases; mas, ao contrário, em casos de invasão muscular, cerca de metade terá desenvolvido metástases em linfonodos próximos (pelve) ou em outros órgãos distantes.
Qual é o perfil dos pacientes com esse tipo de tumor?
De cada cinco pacientes com câncer de bexiga, quatro são do sexo masculino e um é do sexo feminino. Muitas vezes, eles começam com tumores mais avançados. O perfil mais clássico é o de homem de 60 a 70 anos, fumante ou ex-fumante, com patologias cardiovasculares leves ou moderadas.
Que prognóstico eles têm?
Depende fundamentalmente do estágio em que o tumor se encontra. Globalmente, na Espanha representa a décima causa de morte por câncer e a quinta em homens. Abrangendo todos os estágios do câncer de bexiga, a sobrevida em cinco anos é de aproximadamente 75%.
