uma terapia que modifica genes e reduz a obesidade

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Uma equipa de cientistas espanhóis – do Instituto de Biomedicina da Universidade de Barcelona e da Rede Centro de Investigação Biomédica de Fisiopatologia da Obesidade e Nutrição do Instituto de Saúde Carlos III de Madrid – conseguiu desenvolver uma estratégia para terapia genética com a qual conseguiram reduzir a obesidadecolesterol e diabetes em ratos de laboratório.

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A investigação, publicada na revista Metabolic Engineering, destaca que “o aumento da obesidade e das morbilidades metabólicas associadas é um problema social e de saúde global”, para o qual “existe a necessidade de novas abordagens urgentemente terapêuticas”. Nesse sentido, as terapias gênicas abrem um leque de possibilidades.

Esses métodos usam um ou mais genes para tratar, prevenir ou curar uma doença ou distúrbio médico. A terapia gênica geralmente funciona adicionando novas cópias de um gene danificado ou substituindo um gene defeituoso ou ausente nas células de um paciente por uma versão saudável desse gene. A terapia gênica tem sido usada para tratar doenças genéticas hereditárias ou adquiridas, como a leucemia.

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Neste caso, o grupo científico concentrou-se na tecido adiposo para tratar a obesidade. Assim, eles desenvolveram uma terapia ex vivo. Isso significa que eles fizeram o transformação celular de uma biópsia de tecido de camundongos. Células transformadoras foram implantadas nele, e o tecido foi então implantado em camundongos.

“Como ocorre fora do corpo do paciente, neste caso em camundongos, esse tipo de terapia é muito mais fácil de realizar e permite maior controle das células infectadas”, explica a professora de Bioquímica e Fisiologia, Dra. Laura Herrero, que dirigiu o estudo.

“Temos células-tronco implantadas subcutaneamente em camundongos obesos derivados do tecido adiposo e diferenciados em adipócitos, de forma que expressem uma forma permanentemente ativa da enzima chave na oxidação lipídica: CPT1AM. Isso permitiu reduzir o peso, a esteatose hepática e os níveis de colesterol e glicose“, detalha o pesquisador.

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Assim, os cientistas concluíram que a implantação de adipócitos (um tipo de célula que armazena lipídios como reserva de energia) que expressam o enzima mitocondrial CPT1AM reduz a obesidade e a intolerância à glicose em camundongos.

Segundo Herrero, o tecido adiposo desempenha um papel fundamental na regulação do balanço energético e das células-tronco mesenquimais. Por sua vez, “a carnitina palmitoiltransferase 1A (CPT1A) é a enzima que controla a oxidação mitocondrial de ácidos graxos. Nosso objetivo era gerar adipócitos que expressassem uma forma constitutivamente ativa de CPT1A (CPT1AM) capaz de melhorar o fenótipo metabólico obeso de camundongos após a implantação”, especifica o pesquisador.

“Camundongos implantados com esta enzima apresentaram menor peso corporal, esteatose hepática e níveis séricos de insulina e colesteroljuntamente com uma melhor tolerância à glicose”, resume Herrero, que acredita que os resultados obtidos apóiam o futuro uso clínico dessa abordagem de terapia gênica ex vivo para reduzir os índices de obesidade e colesterol.

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