«Nas crianças com TDAH é aconselhável trabalhar os horários, a organização e o conhecimento das quantidades das refeições»

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1. As crianças com déficit de atenção melhoram seus sintomas com uma dieta com mais frutas e vegetais?

Atualmente, foram realizados numerosos estudos que buscam demonstrar a implicação que a alimentação tem nos sintomas de crianças com TDAH, no entanto, não foi comprovado que o consumo de mais frutas e vegetais reduza os sintomas de TDAH. Embora tenha sido visto que o desenvolvimento de uma dieta equilibrada e completa pode beneficiar as crianças que apresentam ou não este tipo de sintomatologia.

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2. E por quê? O que as frutas e vegetais dão a eles para ajudá-los a reduzir esse déficit de atenção?

O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento, portanto, qualquer ação voltada para o cuidado com uma alimentação balanceada pode beneficiá-lo, porém, isso não significa que diminuirá seus sintomas, pois, sendo uma patologia neurológica, o tratamento visa mais reduzir os sintomas do que acabar a patologia.

3. Também é recomendado, para reduzir possíveis irritabilidades, que as refeições sejam sempre feitas nos mesmos horários?

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Em termos gerais, a rotina é necessária para qualquer criança, pois ajuda a manter a ordem externa, o que acaba se traduzindo em uma maior sensação de segurança e, portanto, pode reduzir a irritabilidade. É verdade que no caso de crianças com sintomas de TDAH essa deficiência é ampliada, então se esforçar para realizar uma rotina mais marcada vai ajudá-los a ficar mais calmos e, portanto, ter maior controle emocional. Além dos horários definidos, comer com a família e sem o uso de telas também tem se mostrado benéfico para o seu desenvolvimento.

4. Existe algum alimento que seja melhor reduzir para evitar ansiedade em crianças com TDAH?

Em relação à alimentação e à ansiedade, mais do que focar no tipo de alimentação, é mais aconselhável trabalhar os horários, a organização das refeições, o conhecimento das quantidades… ou seja, é mais uma intervenção baseada na psicoeducação das crianças do que na própria comida.

5. Supõe-se que o chocolate cause uma sensação de bem-estar, mas… é excitante em casos de TDAH?

Chocolate em porções controladas não deve ser excitante em crianças com TDAH, alguns estudos até recomendam que porções pequenas e controladas podem ajudá-los.

6. E as bebidas com cafeína à base de cola podem contribuir para o nervosismo dos pequenos com déficit de atenção?

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As bebidas com cafeína (café, chá, coca…) atuam como estimulantes para pessoas com TDAH (tanto em crianças quanto em adultos), em alguns casos podem até ajudar na concentração, sempre de forma moderada e em nenhum caso se estiver sendo seguido um tratamento farmacológico, pois poderia aumentar a ocorrência de efeitos colaterais. Isso não significa que seja recomendável que as crianças consumam esse tipo de bebida, pois além da cafeína contêm outras substâncias que sabemos não serem favoráveis.

7. Alguns dizem que se comerem muita carne podem ficar mais agressivos e seus sintomas piorarem, é verdade?

Existem estudos que relacionam a falta de ferro com TDAH, portanto, mesmo a redução da carne pode ser prejudicial à saúde de uma criança. Em termos gerais, o consumo excessivo de qualquer alimento é bom, por isso é sempre aconselhável ter um consumo variado e equilibrado. Por isso é muito importante que ao fazer uma mudança na alimentação seja sempre supervisionado por um profissional e de forma controlada.

8. Além de controlar os horários das refeições e garantir que a alimentação seja balanceada, existem outras recomendações quanto à alimentação de crianças com síndrome da atenção?

O controle de horários, o descanso noturno e o desenvolvimento de atividades que estimulem tanto física quanto intelectualmente são recomendações que podem auxiliar muito no desenvolvimento de crianças com TDAH.

No entanto, é importante ressaltar que o TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento, portanto, o tratamento mais do que resolver a patologia busca reduzir e controlar seus sintomas. Por isso, é fundamental que haja um bom diagnóstico e acompanhamento médico (no qual a medicação pode ser avaliada ou não). Além disso, é importante realizar uma intervenção integral em que participem o psicólogo, a escola e a família junto com o médico, a fim de atender cada caso da melhor forma possível, contemplando as necessidades da criança.

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