A palavra câncer assusta. Talvez também fale ou escreva sobre isso… não é difícil ler na imprensa, em obituários, referências ao facto de ter “morrido de longa doença” que escondem a palavra e tornam a realidade invisível.
Mas o medo e o tabu não ajudam a reduzir o fardo social do câncer. Porque, embora esta patologia esteja envolta no imaginário colectivo num halo de fatalidade e infelicidade, a verdade é que aproximadamente um em cada três casos de câncer pode ser evitado eliminando os fatores de risco chaves relacionadas ao tabaco, álcool, alimentação não saudável e inatividade física.
A prevenção pode ser combinada positivamente com a detecção precoce, por meio da triagem para certos tipos de tumores que têm grandes chances de cura se diagnosticados precocemente e receba o tratamento adequado. Além da combinação com a vacinação – como a do papilomavírus humano (HPV) ou a vacina da hepatite B – que previne o desenvolvimento da doença.
A carga do câncer em nossa sociedade pode ser efetivamente reduzida se, como disse acima, os fatores de risco forem evitados, aumentando a pressão sobre o consumo de tabaco, em qualquer uma de suas formas, fumado, vaporizado ou inaladoe o uso nocivo do álcool, ao mesmo tempo em que os cidadãos se conscientizam a praticar a auto-exploração, a observação e a participação em programas de triagem e vacinação.
E para isso também precisamos fortalecer a saúde pública universal, com bons cuidados primários e bons serviços de saúde pública.
