Como o estilo de vida influencia os resultados dos tratamentos de reprodução assistida

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Vamos começar com algo inegável, a cada início de ano é muito comum repensar seu estilo de vida e definir para si mesmo a meta de praticar hábitos mais saudáveis, ou seja, nos primeiros dias do ano o tema “estilo de vida” é comum nos noticiários da mídia e das conversas das pessoas. E se isso é assim de forma geral na maioria dos seres humanos, imagine naqueles que decidiram o propósito de tentar ser pais. Por isso, dada a data em que nos encontramos, em que apenas três dias atrás iniciamos 2023, achamos oportuno explicar a quem deseja alcançar a maternidade e a paternidade neste ano, a importância de ter hábitos saudáveis ​​se forem vai começar a procurar uma gravidez.

Todos sabem que a má alimentação e o consumo de tabaco e álcool afetam a fertilidade, mas vamos focar em como esses e outros fatores influenciam no resultado dos tratamentos de reprodução assistida que devem ser utilizados quando há infertilidade já diagnosticada. Para tal, contamos mais uma vez com o nosso habitual consultor especialista em medicina reprodutiva, Dr. Jan Tesarik, diretor da Clínica MARGen, em Granada.

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Em primeiro lugar, o referido médico, a primeira coisa que afirma é que bons hábitos de vida não só ajudarão a aumentar a taxa de sucesso do tratamento, mas também contribuirão para o correto desenvolvimento da gravidez e a saúde do bebê. A seguir, vamos fazer as perguntas mais frequentes sobre esse assunto.

Doutor, foi demonstrado que tanto o excesso quanto a falta de peso podem influenciar negativamente na fertilidade, o que o senhor tem a dizer neste momento?

A verdade é que em casais que têm de recorrer a tratamentos como a inseminação artificial ou a fertilização in vitro, se necessário, é muito comum o médico indicar previamente aumentar ou diminuir o peso do homem ou da mulher. Por exemplo, tanto a obesidade quanto o baixo peso podem afetar o ciclo menstrual de uma mulher e impedir a ovulação e, é claro, sem ovulação não há chance de gravidez. Por outro lado, a qualidade do esperma também é afetada pelo excesso de peso ou obesidade. Deve-se lembrar que nem sempre as anormalidades de peso resultam de uma alimentação inadequada, em alguns casos são causadas por anormalidades do sistema endocrinológico, como pré-diabetes, diabetes e anormalidades da glândula tireoide. Para diagnosticar corretamente essas anormalidades, é aconselhável visitar uma clínica especializada, que fará os testes de diagnóstico necessários e prescreverá os tratamentos adequados.

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E os fumantes?

O tabaco é um agente muito nocivo tanto para o aparelho reprodutor feminino quanto para o masculino, pois afeta diretamente a gametogênese, ou seja, a formação dos óvulos e espermatozoides. Homens que fumam têm uma qualidade seminal inferior, e fumar também causa danos ao DNA do esperma. Já nas mulheres, afeta a reserva ovariana e a qualidade oocitária. Minha recomendação é que é aconselhável parar de fumar bem antes de iniciar os tratamentos.

É verdade que o consumo de álcool durante a gravidez aumenta o risco de aborto espontâneo?

Sim, e não só isso, mas também causa uma diminuição significativa na taxa de sucesso da implantação e pode causar distúrbios psicológicos no futuro bebê e até defeitos no coração, cérebro e outros órgãos importantes, problemas que podem durar a vida toda. .

Passemos agora a outros fatores externos relacionados aos hábitos de vida que podem reduzir a taxa de sucesso dos tratamentos de reprodução assistida. Doutor, poderia descrever os mais frequentes?

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Um deles, embora não haja evidência clínica, é o estresse contínuo derivado de situações pessoais ou profissionais, e aqui faço um parágrafo importante, o estresse costuma ser um dos principais motivos pelos quais muitos pacientes decidem não continuar o processo se tiverem já teve uma experiência fracassada, portanto, é muito importante ficar atento a esse fator. Por outro lado, pode até influenciar o local onde o paciente mora, já que outro fator negativo são as toxinas ambientais, como pesticidas e metais pesados ​​derivados da produção industrial ou da agricultura. O sedentarismo também não ajuda, e neste ponto deve-se levar em conta que a atividade física moderada ajuda a equilibrar o corpo, algo que pesa muito na hora de ter maiores chances de sucesso em qualquer tratamento de reprodução assistida. .

Quanto à alimentação, aconselha-se o consumo de frutas e verduras (ricas em fibras e vitaminas), laticínios, carnes e peixes. No entanto, é melhor evitar tanto o peixe cru (sushi) quanto a carne crua (bife tártaro) ou mal cozida. Também podem ajudar suplementos alimentares com iodo, ácido fólico, cálcio, ômega-3 e vitaminas B e D. Uma boa hidratação (dois litros de água por dia) também é importante.

5 ª E por fim, uma pergunta muito importante, que tipo de cuidado é recomendado para mulheres que vão iniciar ou já estão imersas em tratamentos de fertilidade?

Resumindo a minha resposta de uma forma muito simples mas ao mesmo tempo muito contundente, devem levar uma “vida saudável”, ou seja, tudo o que temos vindo a quebrar: uma boa alimentação, não fumar, não beber álcool, ter moderação atividade física e, acima de tudo, tentar controlar o estresse e a ansiedade, que em muitos casos ocorrem antes e durante o tratamento. Claro que todas essas recomendações teriam que começar a ser colocadas em prática meses antes de iniciar o tratamento.

Neste ponto, importa ainda realçar a necessidade de um “cuidado” muito especial, o de colocar-se nas mãos de profissionais reconhecidos e respaldados pela sua formação e experiência médica. Estes também indicarão orientações anteriores, por exemplo, tomar antioxidantes, ácido fólico e outras vitaminas, bem como as doses adequadas (nem muito altas nem muito baixas) de cada uma dessas substâncias.

Não podemos terminar este artigo sem perguntar a você, a também diretora da Clínica MARGen (clinicamargen.com), Dra. Raquel Mendoza Tesarik, não só como especialista em medicina reprodutiva, mas como mulher e mãe que é (o que torna ainda mais valiosa a sua resposta), porque é tão importante ter hábitos de vida saudáveis ​​muito antes de iniciar qualquer tratamento de fertilidade, ao que afirma que “Não só contribuem para melhorar a saúde reprodutiva, mas são essenciais, pois preparam o corpo para o estado de gravidez”.

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