Os dados coletados em uma pesquisa realizada pela Sociedade Espanhola de Oncologia Médica (SEOM) mostram a alta temporalidade e precariedade dos jovens oncologistas que permanecem na Espanha exercendo na área da saúde. O estudo, cujos resultados foram apresentados no congresso desta sociedade, realizado em Madrid, foi realizado para conhecer a situação laboral dos que concluíram a residência há oito anos, entre 2014 e 2021.
Segundo ela, apenas 15,2% dos pesquisados empregados em nosso país e que atuam na clínica têm contrato de trabalho por tempo indeterminado (cargo fixo). 35% possuem temporário e 27% provisório. Além do mais, os dados indicam maior temporalidade entre as mulheres: Apenas 13,7% dos que trabalham na atenção médica oncológica na Espanha têm contratos permanentes (cargo fixo) em comparação com 18% dos homens.
Tendo em conta que 63% das pessoas que responderam ao inquérito são mulheres e 37% homens, 56% dos que têm contrato de trabalho por tempo indeterminado (cargo fixo) são mulheres, contra 44% dos homens, dado que indica uma maior temporalidade entre eles. Diante dessa realidade, 64% dos especialistas inquiridos consideram a sua situação laboral precária, 65% consideraram outras oportunidades de trabalho além da assistência e 52% consideraram trabalhar no exterior em algum momento.
Como recordou César Rodríguez, vice-presidente da SEOM, “em 2021 realizamos um estudo na SEOM para analisar a evolução da carga de trabalho, atualizar o censo e estimar as necessidades futuras de médicos oncologistas na Espanha em um horizonte temporal de 2040. Como conclusões deste estudo, vimos que a própria evolução da doença e o perfil dos pacientes, juntamente com a necessidade de tempo reservado para ensino e pesquisa como elementos chave para o atendimento de qualidade levou à incorporação de 110 novos médicos oncologistas por ano em nosso sistema de saúde».
