“Você pode viver com uma dor de cabeça sem realmente sofrer com isso”

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1. Muitas vezes, dor de cabeça, enxaqueca e enxaqueca são usados ​​como sinônimos. É correto?

Cefaléia engloba o conjunto de dores de cabeça. Uma caracterização adequada é o que nos permitirá classificar cada tipo e fazer um diagnóstico da condição. A cefaléia tensional é a mais frequente e geralmente se apresenta como um aperto ao redor da cabeça. Em segundo lugar estaria a enxaqueca, também chamada coloquialmente de “enxaqueca”. É uma dor de cabeça primária. As crises de enxaqueca são geralmente bem definidas e caracterizadas por episódios de dor moderada a intensa, geralmente em um lado da cabeça e frequentemente do tipo latejante.

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2. Qual é a sua incidência?

Estima-se que a prevalência mundial de cefaléia (pelo menos uma vez no último ano) em adultos seja de cerca de 50%. Entre metade e três quartos das pessoas com idade entre 18 e 65 anos tiveram um episódio de dor de cabeça no ano passado, e 30% ou mais desse grupo têm enxaqueca. A cefaléia que ocorre 15 dias ou mais a cada mês (cefaléia crônica) afeta 1,7% a 4% da população adulta mundial. Apesar das variações regionais, as dores de cabeça são um problema mundial sofrido por pessoas de todas as idades, raças, níveis de renda e áreas geográficas. Entre as primárias, a cefaléia tensional pode representar até 80% dos casos na Espanha. Em segundo lugar está a enxaqueca, com uma prevalência de mais de 3,5 milhões episodicamente, enquanto um milhão de espanhóis sofrem com isso cronicamente.

3. Quando você deve consultar um médico para tratar uma dor de cabeça?

É uma doença crônica, mas isso não significa que seja incapacitante. Você pode viver com uma dor de cabeça sem realmente sofrer com isso. O ideal, diante de uma predisposição subjacente, é consultar um especialista o mais rápido possível. Uma primeira abordagem, com um estudo e caracterização completos, permitirá identificar e categorizar adequadamente cada tipo de cefaleia, de forma a poder proporcionar a cada caso o melhor tratamento e acompanhamento disponível. O objetivo principal deve ser evitar sua cronificação ou interferência no dia a dia, o que pode se tornar uma limitação significativa. O paciente também deve participar do processo de diagnóstico para “conhecer sua própria dor de cabeça”. Desta forma, em caso de episódios de cefaleias “diferentes das que habitualmente se apresentam”, deverá consultar um especialista. As diferenças podem ser decorrentes do aumento da intensidade dos sintomas, da frequência das crises ou da falta de resposta à medicação prescrita. Além disso, dados de alarme devem ser uma indicação para consulta imediata em Neurologia. Estes incluem: sintomas neurológicos associados à dor (distúrbios visuais, de fala ou sensoriais), tontura, piora da dor apesar da analgesia regular, persistência ao longo do tempo.

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4. Quem é o profissional que trata desse problema?

Devem ser atendidos por um especialista em Neurologia para melhor orientar tanto no diagnóstico quanto no tratamento e acompanhamento adequados.

5. Recentemente lançaram uma unidade específica para dores de cabeça. Como surgiu a ideia?

Com o objetivo de dar maior visibilidade ao problema comum das dores de cabeça, bem como facilitar o acesso ao atendimento médico. Apresentar cefaléia crônica pode predispor ao aparecimento de outras comorbidades e doenças como depressão e ansiedade. Da mesma forma, a ausência de um diagnóstico e acompanhamento corretos pode levar ao uso indevido e, por vezes, excessivo da medicação analgésica, o que acarreta efeitos colaterais como cefaléia rebote ou abuso de analgésicos.

6. Que tipo de exames você realiza para confirmar um diagnóstico?

Qualquer avaliação requer anamnese adequada e história clínica neurológica para caracterizar o tipo de cefaléia. Defina a intensidade, frequência, sintomas associados, tratamentos comprovados, resposta a eles, bem como as comorbidades de cada paciente. O estudo geralmente continua com uma avaliação vascular completa usando uma abordagem rápida, simples e eficaz com ultrassom Doppler. Posteriormente, a exploração pode ser completada com um exame de imagem (TC ou ressonância magnética craniana) juntamente com uma análise completa. O objetivo também inclui a exclusão de cefaléias secundárias a outras causas (vasculares, tumorais, infecciosas, inflamatórias, traumáticas), embora sua porcentagem seja claramente inferior às de origem primária.

7. Como ela é diferente da abordagem “normal” da dor de cabeça?

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A consulta específica ou monográfica permite uma abordagem mais exaustiva, precisa e individualizada de cada caso. Muitas vezes, quando uma dor de cabeça é maltratada ou mal diagnosticada, torna-se crônica. A falta de tempo ou de recursos costuma ser os principais problemas. Além disso, é necessário um conhecimento aprofundado de todos os tipos de cefaléia, primárias e secundárias, a fim de evitar erros ou subdiagnósticos dessa condição. Por outro lado, um aspecto de especial relevância numa patologia tão crónica e comum como a cefaleia, é dotar o doente de conhecimentos suficientes para uma adequada gestão domiciliária. Freqüentemente, pedimos a eles que os acompanhem como um “calendário”.

8. Quais benefícios você notou com essa abordagem específica?

A unidade tem como objetivo aumentar a conscientização sobre o problema e também melhorar a qualidade da assistência prestada aos portadores de cefaléia e seu acesso de forma mais ampla e universal.

9. Como foi recebido?

Muito bom, com um alto número de pacientes todos os dias.

10. Quantos pacientes você atendeu até hoje?

A unidade tem permitido orientar o atendimento de forma mais personalizada e adaptada às pessoas com esta patologia. Dos pacientes que passam pelas nossas consultas, mais de 30-35% relatam este tipo de problema.

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