“Após a operação, os sintomas de incontinência melhoram em pelo menos 80%”

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Evitar o sedentarismo, perder peso, beber bastante água e fazer exercícios para fortalecer o assoalho pélvico são algumas das recomendações para prevenir a incontinência urinária, doença que afeta seis milhões de espanholas.

Quantos tipos existem?

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Há incontinência urinária de esforço quando o paciente realiza uma atividade que provoca aumento da pressão abdominal, que leva à perda de urina (tossir, espirrar, pegar peso, caminhar, etc.); incontinência de urgência: associada a um desejo incontrolável de urinar, mas antes de chegar ao banheiro, a urina vaza; mista: quando coexistem dois tipos de incontinência; transbordamento, que aparece, paradoxalmente, em pacientes que não conseguem esvaziar bem a bexiga, e incontinência insensível, que ocorre sem que o paciente saiba que está perdendo urina.

Qual é o mais frequente?

Nas mulheres até 50-60 anos, o tipo predominante é o esforço. A partir dos anos 60, a urgência é a predominante. Nos homens, a mais comum é a emergência, cuja incidência aumenta com a idade, e o esforço está associado às intervenções prostáticas. A apresentação mais grave e complexa ocorre naqueles pacientes em que ambos os tipos coexistem.

A que se deve esta patologia? Pode ser evitado?

O esforço tem duas causas fundamentais. Hipermobilidade uretral devido a uma fraqueza dos mecanismos de suporte uretral, o que impede um correto fechamento da uretra durante os esforços abdominais. E o déficit do esfíncter intrínseco devido à função insuficiente do esfíncter urinário externo. No primeiro caso, as causas que levam a essa hipermobilidade uretral são o aumento da pressão e traumas do assoalho pélvico (gravidez, parto, exercícios, obesidade, tosse crônica etc.) cirurgias, doenças neurológicas e vasculares, radioterapia…). A urgência tem diferentes causas e pode aparecer secundária a outras patologias, como obstrução do débito urinário por hiperplasia prostática benigna, prolapso de órgãos pélvicos, infecções do trato urinário ou tumores. Em muitos pacientes não há causa, sendo considerada uma doença idiopática, muitas vezes devido a alterações que ocorrem na bexiga ao longo do tempo. Claro que a prevenção é fundamental: como fazer exercício físico diário, prevenir o excesso de peso ou evitar o consumo de tabaco e álcool.

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O diagnóstico precoce é essencial. Porque?

Para reduzir o impacto que pode ter na qualidade de vida e na esfera social do paciente.

O Hospital Universitário Rey Juan Carlos oferece ao paciente um tratamento individualizado.

Sim, focamos nossos esforços em fazer um diagnóstico correto de cada paciente para então oferecermos o tratamento mais individualizado possível. Na incontinência de esforço, quando a abordagem conservadora falha, oferecemos tratamentos cirúrgicos com alto índice de sucesso.

Em casos menos graves, começam com a reabilitação do assoalho pélvico?

Em geral, sempre recomendamos começar com a reabilitação do assoalho pélvico e mudanças no estilo de vida. Para incontinência urinária de esforço, recomendamos pelo menos seis meses de exercícios de reabilitação do assoalho pélvico realizados constantemente e sempre supervisionados por um profissional de saúde. Além disso, procuramos também modificar hábitos de vida que ajudem a controlar a incontinência (parar de fumar, beber menos café ou chá, perder peso, etc.).

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Que exercícios pélvicos as mulheres grávidas podem fazer para evitar a incontinência urinária?

A gravidez e o parto são momentos fundamentais para prevenir problemas posteriores do assoalho pélvico, inclusive a incontinência urinária. Durante a gravidez, o assoalho pélvico deve ser fortalecido para o parto. Para isso, recomenda-se a realização de exercícios do assoalho pélvico, que consistem em fazer contrações sustentadas da musculatura pélvica por cerca de cinco segundos com posterior relaxamento por 10 segundos, 20 repetições. A massagem perineal também é indicada para melhorar o relaxamento e a distensibilidade da musculatura pélvica diante do parto.

Quando você tem que operar?

No caso de incontinência de esforço, propomos cirurgia quando o tratamento de reabilitação falha. Apesar da eficácia desse tratamento, uma alta porcentagem de pacientes necessitará de intervenção cirúrgica para atingir a continência completa. O caso da urge-incontinência é diferente, em que o manejo conservador e farmacológico consegue controlar os sintomas em maior percentual de casos. Porém, naqueles casos em que não conseguimos controlar os sintomas, dispomos de técnicas eficazes como a administração de Botox, neuromodulação da raiz tibial posterior ou sacral e aumento da bexiga.

Que porcentagem de sucesso é alcançada após a operação?

Se falamos de incontinência de esforço, com um diagnóstico correto, podemos obter taxas de sucesso entre 80 e 90%. No caso de incontinência urinária de urgência, com as opções mais invasivas discutidas, podemos esperar uma melhora de 80-85% nos sintomas.

Se esta doença não for tratada adequadamente, quais podem ser as consequências?

O doente acaba por ordenar a sua vida em torno da sua incontinência (evita transportes públicos onde não consegue controlar quando parar, eventos onde não há casa de banho disponível, atividades sociais por medo da incontinência, etc.) qualidade de vida. Mas não apenas a esfera emocional é afetada, os pacientes mais velhos correm maior risco de problemas médicos, como aumento do risco de quedas e fraturas ou maior risco de infecções do trato urinário ou problemas de pele derivados de sua incontinência.

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