A microbiota ajuda a ser um atleta melhor

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Existem inúmeros estudos que descrevem como a dieta afeta a composição da microbiota intestinal. A isso devemos acrescentar que a composição da flora difere entre atletas e pessoas sedentárias. Isso porque a atividade física, por meio da contração muscular e do consumo de oxigênio que ela gera, pode induzir mudanças no perfil da microbiota intestinal, conforme um estudo de Paul Cotter, da Universidade de Cork, descobriu anteriormente na Irlanda.

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Mas não só o exercício influencia a flora, como sua composição pode causar mais fadiga nos atletas. «A manutenção do seu equilíbrio é essencial para evitar a colonização de outros microrganismos patogénicos, e ajuda a digerir os alimentos, a produzir as vitaminas B e K e a estimular o sistema imunitário. Se ocorrerem alterações, podem afetar a saúde e o desempenho esportivo das pessoas”, explica Daniel Badia, professor de Estudos em Ciências da Saúde da UOC, em comunicado.

Isso se deve, segundo o especialista, ao fato de que desequilíbrios na microbiota podem causar “deficiências nutricionais, fermentação excessiva e permeabilidade intestinal, condições que influenciam negativamente o desempenho do atleta, seja por causar desconforto intestinal, comprometendo os tipos de alimentos que deve ser ingerido durante o exercício físico ou causando afetações no campo energético que se manifestam em sensação de mais cansaço.

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Por esta razão, e dado que este mês muitas pessoas decidirão dizer adeus aos excessos alimentares e ao exercício, ter uma flora intestinal estável pode ser um fator desestabilizador ou tornar-se um grande aliado para este novo objetivo, já que «A microbiota intestinal pode influenciar positivamente o desempenho atlético, produzindo ácidos graxos de cadeia curta a partir da fermentação de fibras no intestino grosso. Esses ácidos podem ser oxidados no músculo e assim contribuir para a disponibilidade de glicose muscular. Também contribuem para aumentar o fluxo sanguíneo, a sensibilidade à insulina e a preservação da massa muscular”, explica o especialista.

Nesse sentido, os nutrientes que melhoram a microbiota são os vegetais que contêm fibras fermentáveis, pois embora o intestino delgado não consiga digerir ou absorver esse tipo de fibra, ao chegar ao intestino grosso sofre uma fermentação parcial ou total que alimenta as bactérias intestinais. Também é importante não focar em um ou dois vegetais, pois para alimentar todas as espécies microbianas é necessária uma “dieta em que haja abundância de alimentos vegetais o mais variado possível”, frisa. E a comida é tão importante quanto seu cozimento para obter essas fibras benéficas para o intestino. Assim, a maçã ou a cenoura devem ser consumidas cozidas e não cruas para essa finalidade de estabilização da microbiota, pois “maçãs assadas liberam certas fibras que não poderiam ser fermentadas de outra forma”.

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Também é aconselhável cozinhar as batatas, o arroz e a massa e deixar arrefecer para que se forme o amido resistente.

Os polifenóis presentes nos alimentos de origem vegetal são outros aliados da flora intestinal. E é importante ter em conta que uma alimentação preocupada com a flora intestinal não deve proibir as gorduras, pois existem as saudáveis ​​como o azeite, o abacate ou os ovos e devem incluir proteínas de qualidade.

Além disso, existem alimentos fermentados que são probióticos, como azeitonas, picles ou kefir, iogurte, kombucha, missô… E que, segundo pesquisas da Universidade de Stanford, são fundamentais.

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