Eles confirmam qual é o exercício de força mais eficaz para diminuir a tensão

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Pode parecer paradoxal, mas a verdade é que Aumentar a frequência cardíaca quando você sofre de hipertensão praticando esportes não é prejudicial. Na verdade, o exercício ajuda a baixar os níveis de pressão arterial e reduz os fatores de risco para doenças crônicas. Claro, nem todos os tipos de atividade física contribuem da mesma forma. Os mecanismos que relacionam a queda da pressão arterial ao exercício aeróbico (como corrida, natação ou ciclismo) são bem estudados, mas pouca pesquisa foi feita sobre os efeitos do exercício de resistência na hipertensão.

A princípio, podemos pensar que essa modalidade pode ser prejudicial. No entanto, há muito se sabe que é uma opção terapêutica para hipertensão. O que não estava claro até agora é quais diretrizes devem ser seguidas para que o treinamento de força seja benéfico no tratamento da hipertensão. Daí a importância de um estudo recentemente publicado na revista Relatórios Científicos e isso determina qual é a melhor maneira de realizá-lo.

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Deve-se notar que as doenças cardiovasculares já são a principal causa de morte em todo o mundo. Em concreto, hipertensão arterial é responsável por 13,8% das mortes deste tipo. Esta condição é diagnosticada quando a pressão arterial sistólica excede 140 milímetros de mercúrio (mmHg) e/ou a pressão arterial diastólica excede 90 mmHg. É um distúrbio multifatorial desencadeado por problemas como alimentação pouco saudável, consumo excessivo de álcool, tabagismo e sedentarismo.

O estudo em questão foi realizado pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), no Brasil. Através deste trabalho foi demonstrado que treinamento de força praticado em intensidade moderada a vigorosa duas a três vezes por semana é uma maneira eficaz de mitigar a pressão arterial elevada.

Dirigido por Giovana Rampazzo Teixeira, professora do Departamento de Educação Física da UNESP de Presidente Prudente, o grupo revisou mais de 21.000 artigos científicos e conduziu uma meta-análise Cochrane, considerado o padrão ouro das revisões sistemáticas. Segundo os autores, a análise centrou-se nos efeitos de variáveis ​​como idade, treinamento dose-resposta, carga, volume e frequência do exercício resistido.

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O estresse permaneceu menor por 14 semanas após o término do exercício

Neste estudo, a amostra foi composta por 253 hipertensos com idade média de 59,66 anos. A metanálise concentrou-se nas respostas de hipertensão basal e pós-treinamento em estudos controlados avaliando os efeitos do treinamento por oito semanas ou mais.

“Estávamos interessados ​​principalmente no volume e na intensidade considerados suficientes para atingir uma redução significativa da pressão arterial. Em média, oito a dez semanas de treinamento de força levaram a uma redução 10 mmHg na pressão sistólica e 4,79 mmHg na pressão diastólica”, disse Teixeira à Agência Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

O estudo mostrou que os resultados efetivos apareceram por volta da vigésima sessão de treinamento. A pressão arterial permaneceu mais baixa por cerca de 14 semanas após o término do treinamento. “Na prática clínica e em ginásios ou centros de fitness, o treino de força pode ser uma opção de tratamento para pessoas com hipertensão arterial como intervenção não farmacológica, desde que se conheçam suficientemente as variáveis-chave e se tenham em conta os objectivos do sujeito” , explica Teixeira.

Para hipertensão, uma intensidade moderada a vigorosa é melhor

Este estudo é inovador por ter reunido evidências adicionais sobre a influência da idade, carga, intensidade e frequência do exercício. Depois de excluir 21.035 artigos que não atenderam aos objetivos da revisão, os investigadores analisaram 54 artigos. Quatorze foram considerados relevantes para inclusão na revisão sistemática. Os resultados mostraram que o treinamento de força foi mais eficaz reduzir a pressão arterial em protocolos com intensidade de carga moderada a vigorosa, frequência de pelo menos duas vezes por semana e duração mínima de oito semanas.

A intensidade de carga moderada a vigorosa foi definida como mais de 60% do peso mais pesado que os sujeitos poderiam levantar uma única vezconhecido como uma repetição máxima, ou 1RM, portanto, para 10kg 1RM, a carga de treinamento mais efetiva seria acima de 6kg.

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Uma análise de subgrupo revelou mais sobre a influência da idade nos efeitos do treinamento de resistência do que reduziu a pressão arterial significativamente mais na faixa etária de 18 a 50 anos do que na faixa etária de 51 a 70 anos. “De qualquer forma, o treinamento de força pode ser feito em qualquer idade. O efeito sobre a pressão arterial também é benéfico em pessoas mais velhas”, disse Texeira.

Por muito tempo, apenas o treinamento aeróbico foi prescrito para tratar a hipertensão, e os estudos moleculares focaram quase que exclusivamente nos efeitos desse tipo de exercício. “Treinamento de força foi recentemente incluída nas diretrizes brasileiras para o tratamento da hipertensão arterialmas são necessárias muito mais pesquisas para obter evidências mais fortes”, acrescenta o professor.

Assim, segundo ela, estudos futuros devem investigar os mecanismos celulares e moleculares responsáveis ​​pela queda da pressão arterial em resposta ao treinamento de força. Por enquanto, o conhecimento atual mostra que aumenta a frequência cardíaca, aumenta a produção de óxido nitroso, que promove a vasodilatação expandindo o diâmetro dos vasos sanguíneos e aumentando o fluxo sanguíneo.

A longo prazo, facilita adaptações como frequência cardíaca mais baixa em repouso, pressão arterial mais baixa, aumento da eficiência cardíaca e aumento do VO2max, que é a taxa máxima de consumo de oxigênio alcançável durante o exercício vigoroso. Geralmente medido em mililitros de oxigênio consumido por quilograma de peso corporal por minuto (ml/kg/min), o VO2max é relevante para a saúde cardiovascular.

Entre as limitações da análise apontadas pelos autores A inclusão de pacientes em uso de medicamentos anti-hipertensivos, como betabloqueadores, diuréticos, antagonistas do cálcio e inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA), foi encontrada em 11 dos 14 estudos. Além disso, em alguns estudos, a inclusão de homens e mulheres no mesmo grupo impediu uma análise sensível ao gênero dos efeitos do treinamento de resistência.

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