O que o novo Código de Ética Médica diz sobre barriga de aluguel?

Publicidade

A profissão médica espanhola apresenta amanhã no Congresso dos Deputados o seu novo Código de Ética Médica, que substitui o anterior, de 2011. é muito atual hoje devido à notícia da maternidade da atriz e apresentadora Ana Obregón, 68, usando este método, que não é legal na Espanha.

Publicidade

O texto, aprovado em Assembleia Geral no dia 17 de dezembro e de livre acesso no site do Conselho Geral dos Colégios Oficiais de Médicos (CGCOM), refere-se a essa prática no artigos 65.1 e 65.2.

Publicidade

Em primeiro, rejeita totalmente a gestação por substituição em que há um benefício econômico (“A substituição da gestação com compensação pecuniária é contrária à Deontologia Médica. A comercialização do corpo da mulher atenta contra a sua dignidade” e, na segunda, admite quando é altruísta – ou seja, aquele em que uma mulher se compromete a gestar o filho, em nome de outrem, gratuitamente; em que, comumente, existam laços de amizade ou parentesco entre a mãe substituta e um dos genitores -, “desde que preservada a dignidade da mulher e o melhor interesse do menor, com a oportuna regulamentação e controle do Comissão Nacional de Reprodução Humana Assistida”.

Também o Comitê de Bioética

Mas não é o único regulamento ético e deontológico que aborda esta questão em Espanha. Em 2017, o Comitê de Bioética – um órgão colegiado, independente e consultivo, que exercerá suas funções, com total transparência, sobre assuntos relacionados às implicações éticas e sociais da Biomedicina e das Ciências da Saúde – realizou uma relatório em que discutiu os aspectos éticos e legais da maternidade de substituição, concluir que “todo contrato de barriga de aluguel implica um exploração de mulheres e um dano ao melhor interesse do menor E por tanto, não pode ser aceito por princípio”.

Publicidade

Na opinião de Inigo de Miguel, membro do Comitê e especialista em Bioética da Universidade do País Basco, «a questão da barriga de aluguel está mais do que vista, não entendo como pode gerar qualquer debate. É um assunto que, em Espanha, tem muito pouca margem de manobra porque, Caso queira legalizar ou regularizar algum aspecto, isso só poderá ser feito em casos de gestação de substituição de parentes muito próximos, que é o que se faz com a doação de órgãos ‘inter vivos’.». É aquele em que o doador é um indivíduo sadio – parente ou cônjuge – que deseja doar seu órgão à pessoa que dele necessita. “A doação de um útero não seria mais cara do que a doação de um rim ou de um pedaço de fígado, e é aí que se pode acreditar no altruísmo”, acrescenta. No entanto, considera que não é urgente nem necessário regulamentar a questão, e que se este debate político começou é “porque alguém está interessado”.

Você pode gostar...

Artigos populares...